sexta-feira, 19 de setembro de 2014



Publicado em 19/09/2014

O camelô Carlos Augusto Muniz foi morto no fim da tarde de quinta durante uma operação da PM na Rua Doze de Outubro.

Na ocasião, três policiais faziam a prisão de outro ambulante quando Carlos tentou tirar uma lata de spray de pimenta da mão do policial Henrique Bueno de Araújo

O PM reagiu e atingiu o vendedor com um tiro na cabeça. Ele morreu em seguida. Já Araújo foi autuado em flagrante e indiciado por homicídio com dolo eventual, que ocorre quando se assume o risco de matar. O policial foi levado para o Presídio Militar Romão Gomes.

O policial, que trabalha há nove anos na corporação, sustenta a versão de que o tiro foi acidental. Em depoimento, ele afirmou que se assustou quando a vítima tentou tirar o gás de pimenta de sua mão e a arma disparou.

A confusão aconteceu durante fiscalização da Operação Delegada. Nesta operação, o salário dos policiais militares é pago pela Prefeitura de São Paulo. Na ocasião, os policiais faziam patrulhamento para coibir a venda de mercadoria ilegal.

PM foi levado a presídio militar

O policial militar que baleou e matou o camelô foi encaminhado para o presídio militar Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo. Nesta sexta-feira, ele deixou o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) após prestar depoimento. Colegas de trabalho do policial dizem que o disparo foi acidental. Testemunhas negam.

Enterro no Piauí

A família estave no Instituto Médico Legal (IML) da capital paulista na manhã desta sexta (19) para liberar o corpo de Carlos. O velório e o enterro do ambulante devem ocorrer no Piauí, estado onde nasceu.

“A esposa dele está muito mal, sem explicação, a gente não tem palavras para dizer”, desabafou a tia Aparecida Muniz.

Primo do ambulante, Diego Pereira descreveu o ambulante como uma pessoa tranquila. "Gente boa, humilde, um cara bastante inteligente, bem gente boa mesmo", disse.

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